Posts Tagged ‘Fortuna literária.

28
Out
10

Hollow

Doesn’t matter about the time we take
Doesn’t matter about the lies we make
Go slow

I think of how you’re making me mad
I think of all the love we had
Feel so

Always question never quenching your thirst
Let me die when I lie to you first
I follow

When I’m with you it’s from within
I know you can see through my skin
I’m hollow

I need you to feed me once more
I need you like I needed before
I’ll grow

I’m floating I’m flying I’m dying
I’m floating I’m flying I’m dying

I said you needed like you needed before
Said I didn’t know what feeling was for
Said you need me that you meet at five
You don’t show I don’t I’m alive
My pulse slow
My pulse slow

Treat me like I swear this was true
I’m hollow

I’m floating I’m flying I’m dying
I’m floating I’m flying I’m dying

Tricky, 1998

10
Maio
09

o que eu ando a ler

phpThumb_generated_thumbnailjpg

15
Abr
09

O criador de labirintos

Fundación Mítica de Buenos Aires

¿Y fue por este río de sueñera y barro
que las proas vinieron a fundarme la patria?
Irían a los tumbos los barquitos pintados
entre los camalotes de la corriente zaina.

Pensando bien la cosa, supondremos que el río
era azulejo entonces como oriundo del cielo
con su estrellita roja para marcar el sitio
en que ayunó Juan Díaz y los indios comieron.

Lo cierto es que mil hombres y otros mil arribaron
por un mar que tenía cinco lunas de anchura
y aún estaba poblado de sirenas y endriagos
y de piedras imanes que enloquecen a la brújula.

Prendieron unos ranchos trémulos en la costa,
durmieron extrañados. Dicen que en el Riachuelo,
pero son embelecos fraguados en el Boca.
Fue una manzana entera y en mi barrio: en Palermo

Una manzana entera pero en mitá del campo
presenciada de auroras y lluvias y sudestadas.
La manzana pareja que persiste en mi barrio:
Guatemala, Serrano, Paraguay, Gurruchaga.

Un almacén rosado como revés de naipe
brilló y en la trastienda conversaron un truco;
el almacén rosado floreció en un compadre,
ya patrón de la esquina, ya resentido y duro.

El primer organito salvaba el horizonte
con su achacoso porte, su habanera y su gringo.
El corralón seguro ya opinaba: YRIGOYEN,
algún piano mandaba tangos de Saborido.

Una cigarrería sahumó como una rosa
el desierto. La tarde se había ahondado en ayeres,
los hombres compartieron una pasado ilusorio.
Sólo faltó una cosa: la vereda de enfrente.

A mi se me hace cuento que empezó Buenos Aires:
La juzgo tan eterna como el agua y el aire.

Jorge Luis Borges, 1929

07
Abr
09

O que eu ando a ler…

How liberals lost their way.

How liberals lost their way.

[Texto da contracapa]
Nick Cohen vem da esquerda. à medida que crescia, a mãe escrutinava as prateleiras do supermercado em busca do sumo de limão politicamente correcto. Quando, aos 13 anos, descobriu que a sua querida e atenciosa professora de Inglês votava nos Conservadores, quase caiu da cadeira: “Para se ser bom, tinha que se ser de esquerda.”

23
Maio
08

Ainda se o “p” fosse realmente embora.

Glosa para José Pacheco Pereira

são sentimentos humanos,
eu na alma hei-de pôr luto:
o abrupto hoje faz anos,
não pode ficar “abruto”!

não deve viver-se à míngua,
neste nosso dia-a-dia,
de prezar a ortografia
que bem calha à nossa língua.
se lhe dão facadas, vingo-a,
passo logo a fazer planos,
eriçado por tais danos,
de lavrar o meu protesto,
e se assim me manifesto
são sentimentos humanos.

chamo então especialistas,
eminentes professores,
os colegas escritores
e também vários linguistas,
leio livros e revistas,
questiono, leio, escuto,
e aprendendo assim refuto
coisa que é tão aberrante
que se acaso for àvante
eu na alma hei-de pôr luto.

grafias facultativas
em matérias tão sisudas
como as consoantes mudas
levam ao caos, às derivas,
às asneiras permissivas
e aos babélicos enganos.
porém fiquemos ufanos
pela data que hoje passa.
pois não sabiam? tem graça…
o abrupto hoje faz anos…

se lhe tirassem o p,
vigorosa consoante
do seu título, bastante
mal faziam, já se vê.
e percebe-se porquê
sem se gastar um minuto:
se do p ficar enxuto,
vão-se a força e a coragem
abruptamente da imagem:
não pode ficar “abruto”!

by Vasco Graça Moura

10
Maio
08

E eu lembrar-me-ei de ti.

lembra-te

Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos

Mário Cesariny

14
Abr
08

As intermitências da morte.

“Coração” – Maria Thereza Noronha

Morreu de faca no peito
quanto o coração só lhe falava
de amor.
A faca se abriu em chaga
vermelha e meio com jeito
de flor.

Morreu de febre no leito
quando o coração já lhe falhava
no peito.
Deixou órfãos e viúva.
Partiu num dia de chuva
sem palavras.

Morreu de foice no eito
enquanto o coração lhe sussurrava:
— que proveito?
Deu por perdida a batalha:
a sua, não o que restava
a ser feito.

Morreu de fome e direito
negado, quando o coração
só lhe dizia CHEGA! E o esqueleto
já se entrevia antes de enterrado.
Morreu de omissão:
assassinado.

Morreu de fúria e despeito
quando o coração se lhe inchava no peito.
E a epígrafe se destacava:
“Não será de ninguém
o que é meu.
De direito!”

19
Mar
08

O amargo sabor das palavras.

“Shadowplay” – Joy Division

To the centre of the city where all roads meet, waiting for you,
To the depths of the ocean where all hopes sank, searching for you,
I was moving through the silence without motion, waiting for you
In a room with a window in the corner, I found truth

In the shadowplay, acting out your own death, knowing no more
As the assassins all grouped in four lines, dancing on the floor,
And with cold steel, odour on their bodies, made a move to connect
But I could only stare in disbelief as the crowds all left

I did everything, everything I wanted to,
I let them use you, for their own ends,
To the centre of the city in the night, waiting for you,
To the centre of the city in the night, waiting for you.

by Ian Curtis

08
Mar
08

Sei que não vou por aí!

 Cântico Negro – José Régio

 

“Vem por aqui” — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui!”?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí…
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos…

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios…
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

 José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista “Presença”, e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — “Poemas de Deus e do Diabo” (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

in Releituras

24
Fev
08

Quando uma mensagem se torna parte da realidade!!!

 HURT – Nine Inch Nails

I hurt myself today, to see if I still feel
I focus on the pain, the only thing that’s real
The needle tears a hole, the old familiar sting
Try to kill it all away, but I remember everything

What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know, goes away, in the end

And you could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt

I wear this crown of shit, upon my liar’s chair
Full of broken thoughts, I cannot repair
Beneath the stain of time, the feeling disappears
You are someone else, I am still right here

What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know
Goes away in the end

And you could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
If I could start again
A million miles away
I would kick myself
I would find a way

by Trent Reznor




Blog Stats

  • 51.100 hits
Maio 2024
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031